ANATOMIA
DE UM CRIME (1959)
“Anatomia de um Crime” (Anatomy
of a Murder), de Otto Preminger, baseia-se num romance de Robert Traver,
pseudónimo de John D. Voelker More que, sendo juiz na época em que escreveu a
obra, a assinou com um nome suposto para assim não comprometer a sua carreira
profissional, tanto mais que tinha sido ele o advogado de defesa do caso
verídico sobre o qual se baseava a suposta ficção. Parece que o grosso volume
de “Anatomy of a Murder” andou de mão em mão entre secretárias de diversos
editores, até que um se aventurou a publicá-lo, ganhando com isso um “best
seller” de reputação incomparável. Este não foi o único policial tendo como
cenário um tribunal. John Donaldson Voelker, algumas vezes sob o pseudónimo de
Robert Traver, foi um fecundo escritor, entre início da década de 50 e a de 80:
"Danny and the Boys" (1951), "Small Town D.A." (contos,
1954), "Anatomy of a Murder" (1958), "Trout Madness"
(contos, 1960), "Hornstein's Boy" (1962), "Anatomy of a
Fisherman" (uma não ficção, 1964), "Laughing Whitefish" (1965),
"The Jealous Mistress" (1967), "Trout Magic" (contos, 1974)
e, finalmente, "People Versus Kirk" (1981).
Nascido a 29 de Junho de 1903, em
Ishpeming, no Michigan, EUA, viria a falecer de ataque cardíaco, aos 87 anos,
no dia 18 de Março de 1991, em Marquette, no Michigan, onde foi juiz no Supremo
Tribunal Estatal, entre 1956 e 1960.
Como já dissemos, o texto
baseava-se num caso verídico, ocorrido numa pequena cidade, Big Bay, no
Michigan. Relata-se em poucas palavras: no dia 31 de Julho de 1952, o tenente
Coleman Peterson, recentemente regressado da Coreia, matara a tiro Mike
Chenoweth, dono de um bar, alegadamente por este ter violado a sua mulher,
Charlotte. O advogado de defesa, John D. Voelker, alegou insanidade temporária do
militar, o que acabaria por o libertar, dado ainda um psiquiatra testemunhar
que se tinha curado e não apresentava ameaça de perigo. Parece que, depois de
bem defendido por Voelker, e livre de apertos jurídicos, o tenente Coleman
Peterson deixou a cidade sem sequer pagar os honorários devidos ao seu
advogado.
Neste aspecto, o filme de Otto
Preminger, que contratou John D. Voelker como consultor técnico, foi o mais
fiel possível, não só ao romance como ao ambiente onde decorreu e às
personagens que viveram o drama. Todo o filme foi rodado no Estado do Michigan,
na zona de Ishpeming-Marquette, o que permitiu ao realizador uma liberdade de
movimentos invulgar, sem a presença de controleiros da produtora. O hotel local
serviu de base de apoio, onde havia camarins, salas para a fotografia, a
montagem, a maquilhagem, etc. O tribunal e a prisão serviram de cenários
naturais, o gabinete do advogado de defesa tinha sido o do próprio Voelker e
muitos dos jurados do filme tinham ocupado as mesmas cadeiras no tribunal no
desenrolar do julgamento verídico (excepto os que já tinham falecido,
obviamente). Preminger pretendia o máximo de autenticidade e conseguia-o. Tudo
isto aparece descrito na obra de Richard Griffith, director do New York Museum
of Modern Art Film Library, que escreveu um ensaio intitulado precisamente
“Anatomy of a Motion Picture”, onde estuda todos estes aspectos da rodagem
desta obra no Michigan.
Mas os direitos de adaptação da
obra vieram parar às mãos de Otto Preminger somente depois de um complexo processo.
Em Outubro de 1957, Voelker estabeleceu um acordo com o dramaturgo John Van
Druten, pelo qual este último se encarregaria de escrever uma versão teatral
para ser levada à cena na Broadway. Van Druten reteria 60% dos lucros e Voelker
40%, e ambos poderiam vender os direitos para uma versão cinematográfica. O que
fizeram a Ray Stark da Seven Arts Productions, acordando numa verba de 100.000
dólares, mais percentagem nos lucros. Van Druten morre em Dezembro desse ano, a
peça nunca chega a subir a cena e os direitos de cinema, depois de muitas
peripécias, acabam nas mãos de Otto Preminger, em Maio de 1958, um pouco
inflacionados, 150.000 dólares. A transacção meteu tribunal e uma sentença
favorável a Preminger, que se empenhara totalmente na realização desta obra que
se transformaria rapidamente num dos mais invulgares êxitos dos chamados
“filmes de tribunal”
Muitos foram os prémios que o
filme alcançou (entre eles oito nomeações para os Oscars), mas basta referir
uma lista, organizada pelo American Film Institute (AFI), em 2008, depois de
consultados 1.500 depoentes da área do cinema, sobre os 10 melhores filmes de
todos os tempos, na categoria de “Courtroom Drama” (dramas de tribunal) para se
perceber a importância histórica desta obra. A lista é
a seguinte: 1. “To Kill a Mockingbird”; 2. “12 Angry Men”, 3. “Kramer vs.
Kramer”; 4. “The Verdict”; 5. “A Few Good Men”; 6. “Witness for the
Prosecution”; 7. “Anatomy of a Murder”; 8. “In Cold Blood”; 9. “A Cry in the
Dark” e 10. “Judgment
at Nuremberg”. Pessoalmente, colocá-lo-ia nos três primeiros lugares, e Michael
Asimow, professor de Direito da UCLA, afirma mesmo que este é “provavelmente o
melhor filme de sempre realizado sobre tribunais” ("probably the finest
pure trial movie ever made"). Na classificação da “Internet Movie
Database” figura em 19º lugar, entre 807 filmes passados em tribunais.
Contam as crónicas da época que
Otto Preminger pensou em vários actores antes de acertar o elenco definitivo.
Lana Turner seria inicialmente “Laura Manion”, Richard Widmark esteve previsto
para a figura do tenente, mas o mais surpreendente terá sido a escolha do juiz.
Inicialmente, fora previsto Spencer Tracy, e depois Burl Ives, para o papel de
“Juiz Weaver.” Por impossibilidade de ambos, Preminger virou-se para Joseph N.
Welch, um advogado de Boston que tinha representado o governo dos EUA no
Exército, no quente período da caça às bruxas levado a cabo pelo senador
McCarthy. Joseph N. Welch enfrentou-o destemidamente, chegando a acusá-lo de
“não ter um mínimo de decência”, marcando assim o início da queda do temível
senador e do macarthismo. A escolha terá sido igualmente uma homenagem a um
homem impoluto, que, aliás, conduz de forma magnífica todas as sessões do
julgamento. Outra figura carismática que surge no filme, não só como autor de
uma envolvente partitura musical, onde o jazz é uma constante, é Duke
Ellington, que aparece na qualidade de Pie-Eye, um pianista de bar, tocando
lado a lado com James Stewart.
O filme aborda um caso de
violação, onde, apesar de toda a discrição com que o tema é sugerido, acabou
por criar alguns engulhos junto do “Production Code Administration”, o tão
conhecido Código Hays. Depois de várias negociações, durante as quais algumas
palavras foram banidas dos diálogos (esperma, penetração, clímax sexual, por
exemplo), o filme foi rodado, mas não viu a sua aprovação final facilitada.
Coisa que era comum nas obras de Otto Preminger, que foi um dos maiores
sabotadores do Código (juntamente com Billy Wilder). A “The National Catholic
Legion of Decency” levantou problemas e houve mesmo um estado, Chicago, onde o
filme foi inicialmente proibido de exibir pelo “Police Film Censor”, e mais
tarde autorizado, depois de uma querela jurídica, com o juiz federal Julius
Miner a aprová-lo, depois de não o ter considerado “obsceno.” Mas todos
perceberam que “Anatomia de um Crime” continha linguagem “nunca ouvida num
filme americano”.
A intriga resume-se no essencial
ao seguinte: numa pequena cidade da chamada “Upper Peninsula” de Michigan, o
modesto advogado Paul Biegler (James Stewart), parece quase retirado de
julgamentos, entretendo-se com a pesca, o piano e a companhia de um velho
colega, Parnell McCarthy (Arthur O'Connell), que gosta imoderadamente de
whisky. A secretária de Paul Biegler, Maida Rutledge (Eve Arden), vai tomando
conta dos recados, sobretudo divórcios e outras irrelevâncias, quando recebe um
telefonema inesperado. Laura Manion (Lee Remick), casada com o tenente
Frederick "Manny" Manion (Ben Gazzara), recentemente regressado da
Coreia, quer ser recebida. Laura é notícia nacional, todos sabem do caso que
protagonizou: ao regressar à roulotte onde vive com Frederick, depois de uma
noite passada num bar, é agredida e violada por Barney Quill. O marido, sabedor
do ocorrido, agarra numa arma dirige-se ao bar e desfere alguns tiros certeiros
em Barney, matando-o. Preso, não nega o assassinato, apenas pretende atenuantes
para o acto. Laura quer que Paul Biegler o defenda em tribunal. Com um caso
mediático entre mãos, este procura a colaboração de Parnell McCarthy, que tenta
libertar-se da bebida para recompor as capacidades, e ambos partem para o
processo, reunindo elementos.
A única forma de tentar atenuar a
sentença, ou mesmo libertar o réu, é invocar insanidade temporária. Um
psiquiatra militar está disposto a testemunhar. Mas pela frente vão ter o
promotor de justiça local, D.A. (Brooks West), assistido por uma sumidade vinda
da grande cidade, Claude Dancer (George C. Scott). Este é um daqueles chamados
“dramas de tribunal”, como já foi referido e, portanto, tudo será dirimido com
argumentos de ambas as partes, perante um júri de pessoas locais, escolhidas
aleatoriamente, e um juiz particularmente cordato, Weaver (Joseph N. Welch),
que procura sobretudo fazer ressaltar a verdade.
Acontece que Laura Manion não é
santa de colocar no altar, tudo nela sublinha a sensualidade e mesmo a
provocação. E os jogos de bastidores intensificam-se. A defesa tenta tornar
Laura uma dona de casa que procura divertir-se sem maldade com a pin box do
bar, a acusação ataca-a pelo seu lado leviano. Esgrimem-se testemunhos
contraditórios e todo o filme prende o espectador com o suspense desta troca de
acusações, de inquirições de testemunhas, de revelações surpresa, de
testemunhos inesperados. A estrutura do argumento é sólida e magnificamente
conduzida, jogando com a investigação da defesa, esclarecendo factos ou
obscurecendo outros, em proveito próprio.
Uma realização clássica,
superiormente dirigida pelo austríaco Otto Perminger, faz de “Anatomia de um
Crime” uma obra ímpar dentro do género, sendo que a fotografia de Sam Leavitt,
num fulgurante preto e branco, é magnifica, bem como a banda sonora, onde
sobressai a música de jazz de Duke Ellington. A descrição da pequena cidade é
primorosa de rigor e autenticidade. Mas, num filme de tribunal, é perfeitamente
compreensível que o elenco tenha de ser de altíssima qualidade para impor
personagens e prender os espectadores. James Stewart é admirável na composição
do discreto mas eficiente Paul Biegler, Lee Remick consegue inebriar na figura
da provocadora Laura Manion, Ben Gazzara é secreto e misterioso como convém,
Arthur O'Connell dá uma lição de bonomia e controlada truculência, George C.
Scott é o impassível e incisivo promotor de justiça, sem piedade nos
interrogatórios e nas armas que utiliza. Os restantes mantêm o nível, o
resultado é brilhante.
Como se sabe, os mecanismos da
justiça norte-americana são muito diferentes dos da Europa ocidental. Nesse
aspecto, o filme é a lição para quem quiser perceber essas nuances e descobrir
igualmente algumas das regras de ouro por que se rege uma democracia que
acredita que pode abeirar-se o mais possível da verdade. É obvio que a
realidade nem sempre é como nos é narrada nos romances e nos filmes, mas é
sempre bom ver defender as liberdades e os direitos dos cidadãos, mesmo num
caso tão tortuoso como este que nos é apresentado, onde um estado de espírito
alterado pela cólera e a sede de vingança pode ser considerado uma atenuante
para um crime. Será lícito moral e juridicamente? Também nesse aspecto,
“Anatomia de um Crime” continua muito actual, ainda que, 50 anos depois,
dificilmente o resultado fosse o mesmo.
ANATOMIA DE UM CRIME
Título original: Anatomy of a Murder
Realização: Otto Preminger (EUA, 1959); Argumento: Wendell Mayes,
segundo romance de John D. Voelker; Produção: Otto Preminger; Música: Duke
Ellington; Fotografia (p/b): Sam Leavitt; Montagem: Louis R. Loeffler; Design
de produção: Boris Leven; Maquilhagem: Del Armstrong, Harry Ray, Myrl Stoltz;
Direcção de produção: Henry Weinberger; Assistentes de realização: David
Silver, Hal W. Polaire, Ray Taylor Jr.; Departamento de arte: Howard Bristol;
Genérico: Saul Bass; Som: Jack Solomon; Efeitos especiais: George Harris;
Companhias de produção: Carlyle Productions; Intérpretes: James Stewart (Paul Biegler), Lee Remick (Laura
Manion), Ben Gazzara (Lt. Frederick Manion), Arthur O'Connell (Parnell Emmett
McCarthy), Eve Arden (Maida Rutledge), Kathryn Grant (Mary Pilant), George C.
Scott (Claude Dancer), Duke Ellington, Orson Bean, Russ Brown, Murray Hamilton,
Brooks West, Ken Lynch, Howard McNear, Alexander Campbell, Ned Wever, Jimmy
Conlin, Lloyd Le Vasseur, James Waters, Joseph N. Welch, etc. Duração: 160 minutos; Distribuição em Portugal:
Columbia /Tristar (DVD); Classificação etária: M/12 anos;
BEN
GAZZARA
(1930-2012)
Ben Gazzara, com
o nome de baptismo de Biagio Anthony Gazzara, nasceu em Nova Iorque, a 28 de
Agosto de 1930, e viria a falecer em Nova Iorque, a 3 de Fevereiro de 2012, com
81 anos. Filho de imigrantes italianos, Ben nasceu e cresceu em Nova Iorque,
tendo frequentado a conhecida Stuyvesant High School, enveredando decididamente
pela carreira de actor. Chegou a estudar engenharia eléctrica na City College
of New York, mas desistiu, para se matricular no Actor's Studio. Na década de
50, apareceu em vários espectáculos na Broadway, entre os quais “Gata em
Telhado de Zinco Quente”, de Tennessee Williams, com encenação de Elia Kazan.
Em 1957, estreia-se no cinema, em “The Strange One”. Com uma carreira intensa,
no cinema, na televisão e no teatro, Ben Gazzara também dirigiu alguns
episódios de séries de TV e um filme de cinema. Muitos foram os seus papeis
memoráveis, como “Anatomy of a Murder” (1959), “A Rage to Live” (1965),
“Capone” (1975), “Voyage of the Damned” (1976), mas sobretudo os que
interpretou sob as ordens do seu amigo John Cassavetes nos anos 70, “Husbands”
(1970), “The Killing of a Chinese Bookie” (1976) ou “Opening Night” (1977). Nos
anos 80, refiram-se “Saint Jack” e “They All Laughed”, ambos de Peter
Bogdanovich. Trabalhou imenso na televisão, começando por “Arrest and Trial”
(1963—1964), na rede ABC e culminando em “Run for Your Life” (1965—1968), na
NBC. Foi nomeado por três vezes para o Tony de melhor actor de teatro “A Hatful
of Rain” (1956), “Hughie & Duet” (1975) e “Quem Tem Medo de Virginia
Woolf?” (1977). Em 2003, ganhou o Emmy de Melhor Actor Secundário, no telefilme
“Hysterical Blindness”. Três vezes nomeado para o Globo de Ouro de Melhor Actor
de televisão, na série “Run for Your Life”. Durante alguns anos viveu em
Itália, tendo uma casa na Umbria. Casado com Louise Erickson (1951 – 1957),
Janice Rule (1961 - 1982) e Elke Stuckmann (1982 - 2012). Faleceu em
consequência de um cancro no pâncreas, em Fevereiro de 2012.
Filmografia /
cinema (principais filmes): 1957: The Strange
One (Joko de Paris), de Jack Garfein ; 1959: Anatomy of a Murder (Anatomia de
um Crime), de Otto Preminger; 1960: Risate di gioia (O Ladrão Apaixonado), de
Mario Monicelli; 1961: The Young Doctors (Jovens Médicos), de Phil Karlson; 1962: La Città Prigioniera (A Cidade Prisioneira), de
Joseph Anthony; Convicts
4 (Inferno Na Terra), de Millard Kaufman; 1965: A Rage to Live, de Walter
Grauman; 1969: If It's Tuesday, This Must Be Belgium (Estes Turistas
Americanos), de Mel Stuart; The Bridge at Remagen (A Ponte de Remagem), de John
Guillermin; 1970: King: A filmed record... Montgomery to Memphis, de Joseph L.
Mankiewicz e Sidney Lumet (documentário); 1970: Husbands (Maridos), de John
Cassavetes; 1972: Afyon Oppio, de Ferdinando Baldi; 1973: The Neptune Factor
(Uma Odisseia Submarina), de Donald Petrie; 1975: Capone (Al Capone), de Steve Carver;1976: The Killing of a Chinese
Bookie (A Morte de Um Apostador Chinês), de John Cassavetes; Voyage of the
Damned (A Viagem dos Malditos), de Stuart Rosenberg; 1978: Opening Night (Noite
de Estreia), de John Cassavetes; 1979: Bloodline (Laços de Sangue), de Terence
Young; Saint Jack (Noites de Singapura), de Peter Bogdanovich;1981: They All
Laughed (Romance em Nova Iorque), de Peter Bogdanovich; Storie di ordinaria follia (Contos da Loucura Normal), de Marco Ferreri; 1983:
La Ragazza di Trieste (A Rapariga de Trieste), de Pasquale Festa Campanile; 1985:
Il Camorrista (O Professor), de Giuseppe Tornatore; 1987: Il Giorno prima, de
Giuliano Montaldo; 1990:
Beyond the Ocean, de Ben Gazzara; 1991: Per Sempre, de Walter Hugo Khouri;
1996: John Cassavetes: To risk everything to express it all, de Rudolf Mestdagh
(documentário); 1997: The Spanish Prisoner (O Prisioneiro Espanhol), de David
Mamet; 1998: Buffalo '66 (Buffalo '66), de Vincent
Gallo; The Big Lebowski (O Grande Lebowski), de Joel Coen; Happiness
(Felicidade), de Todd Solondz; Illuminata, de John Turturro; 1999: Summer of
Sam (Verão Escaldante), de Spike Lee; The Thomas Crown Affair (O Caso Thomas
Crown), de John McTiernan; 2000: Blue Moonk de John A. Gallagher; 2001:
Broadway: The golden age, by the legends who were there, de Rick McKay
(documentário); 2002: Schubert, de Jorge Castillo; 2003: Dogville (Dogville), de Lars von Trier ; Dogville confessions,
de Sami Saif (documentário) ; 2004: Quiet Flows the Don, de Serge
Bondartchouk; 2005: Paris je t'aime - episódio "Quartier latin", de
Gérard Depardieu e Frédéric Auburtin ; 2008: Looking for Palladin, de Andrzej
Krakowski.
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