segunda-feira, 21 de agosto de 2017

ESCÂNDALO NA TV



ESCÂNDALO NA TV (1976)

15 de Julho de 1974, Saratoga, na Florida (EUA), 9 e 38: Chris Chubbuck, de 30 anos de idade, jornalista do programa televisivo “Suncoast Digest”, da estação regional WXlT-TV, dirige-se aos telespectadores: “De acordo com a política adoptada pelo nosso canal, que todas as manhãs leva a cada casa, a cores, a vossa dose de sangue e de violência, vão ter, agora, o privilégio de assistir a uma extraordinária primeira-mão: uma tentativa de suicídio em directo”. Chris Chubbuck tira um revólver da sua mala, as câmaras focam-no em grande plano e ele apoia o cano da arma na têmpora direita. E, logo a seguir, dispara.
Este acontecimento realmente incrível, é autêntico. E terá influenciado o argumentista Paddy Chayefsky e o realizador Sidney Lumet na concretização de “Escândalo na TV” (Network), que pode ser considerado o primeiro grande filme de sátira eficaz e mesmo feroz às práticas, por vezes verdadeiramente atrozes, muitas vezes acintosamente impiedosas, que se exercitam no mundo das televisões norte-americanas. “Network” pode dizer-se, assim, sem receio de desmentidos, que oscila briosamente entre a realidade e a ficção. E com isto, pareceria estar tudo dito. Mas não.
Quais os mecanismos verdadeiros, ou laboriosamente arquitetados, que se encontram por detrás do pequeno ecrã?
Um apresentador de televisão que começa por dar as suas opiniões sobre o mundo e acaba por ser considerado uma espécie de novo Messias, é o início de “Network”. Mas depois há todo o mecanismo comercial e concorrencial das grandes cadeias de televisão que não hesitam perante nada para manterem os “picos” de audiência e as boas graças dos anunciantes. Este retrato implacável de um início manipulador como poucos é admiravelmente dado pela figura de Faye Dunaway, de uma frieza de comportamento e de um calculismo sem contemplações O que recoloca a questão: quais os interesses que mobilizam certos meios de comunicação social?
Os telespectadores são, as mais das vezes, ultrapassados por esta e outras perguntas para as quais as respostas são quase sempre demasiado vagas, inconsequentes até. O pequeno-grande mundo da televisão torna-se numa máquina trituradora do cidadão que, mais ou menos interessado, mais ou menos paciente, se “alimenta” do que o aparelho mágico lhe faz entrar em casa, sem autorização prévia. Chamam a isto o sortilégio do botão. Um simples clique, e eis-nos titulares do poder total e omnipresente.
 Cria-se, deste modo, um clima generalizado de intensa vivência do que acontece um pouco por todo o Mundo, e que leva a alucinação quotidiano, ferozmente competitiva, à paranóia colectiva. Faye Dunaway, Peter Finch, William Holden, Robert Duvall, Ned Beatty, John Carpenter (esse mesmo, o realizador), Beatrice Straigh entre outros, esforçam-se por transmitir para a pantalha cinematográfica o que se afigura passar nos bastidores do ecrã televisivo.


Poder-se-á, assim, referir que se organiza com este “Network” um processo de intenções sobre o que já se convencionou chamar a loucura da televisão, ou mesmo a hecatombe televisiva. Em sentido contrário são as opiniões dos que referem ser apenas a afirmação de mais um episódio da luta entre o celuloide cinematográfico e o vídeo televisivo. E neste combate todas as armas são utilizadas, embora nem todas devessem ser permitidas...
Tanto Paddy Chayefsky como Sidney Lumet estavam perfeitamente à vontade neste particular. Rotinados ambos no trabalho televisivo, habituados às limitações de espaço e de concepção do pequeno écran, eram, na altura,  homens mais dos indicados para passarem aos planos mais ambiciosos da tão cantada e recantada, Sétima Arte. Um, argumentista dos primeiros “dramáticos” da televisão americana, o outro tornado conhecido por ser o principal realizador dos “directos” televisivos dos anos 50. Não terá sido o acaso, muito longe disso, que os reuniu para concretizarem este “Escândalo na TV”.
Nos Estados Unidos, o público reagiu de uma forma notavelmente intensa ao filme. Dele se disse que era um “sucesso triunfal”, como se referiu que se tratava de “um produto de consumo e só”. Trata-se, em termos cinematográficos, de um trabalho que marca uma época e condiciona mentalidades. Quanto mais não fosse, por isso mesmo já seria importante. Chayefsky comentava, com uma candura indesmentivelmente forjada, que tudo o que havia descrito em “Network” “poderia ter acontecido e acontecerá sem dúvida. A televisão americana não recua perante nada para aumentar a sua audiência”. E a indústria cinematográfica?
O filme é de 1976. De então para cá, a situação agravou-se. Não só nos EUA, como um pouco por todo o lado. Em Portugal também, por isso “Escândalo na TV” se mostra tão actual.


ESCÂNDALO NA TV
Título original: Network
Realização: Sidney Lumet (EUA, 1976); Argumento: Paddy Chayefsky; Produção: Fred C. Caruso, Howard Gottfried; Música: Elliot Lawrence; Fotografia (cor): Owen Roizman; Montagem: Alan Heim; Casting: Juliet Taylor; Design de produção: Philip Rosenberg; Decoração: Edward Stewart; Guarda-roupa: Theoni V. Aldredge; Maquilhagem: John Alese, Susan Germaine, Lee Harman, Philip Leto; Assistentes de realização: Alan Hopkins, Ralph S. Singleton;  Direcção artística: Connie Brink; Som: Jack Fitzstephens, Marc Laub, Sanford Rackow, James Sabat, Dick Vorisek; Companhias de produção: Metro-Goldwyn-Mayer (A Howard Gottfried - Paddy Chayefsky Production), United Artists; Intérpretes: Faye Dunaway (Diana Christensen), William Holden (Max Schumacher), Peter Finch (Howard Beale), Robert Duvall (Frank Hackett), Wesley Addy (Nelson Chaney), Ned Beatty (Arthur Jensen), Arthur Burghardt (Great Ahmed Kahn), Bill Burrows (realizador de TV), John Carpenter (George Bosch), Beatrice Straight (Louise Schumacher), Jordan Charney, Kathy Cronkite, Ed Crowley, Jerome Dempsey, Conchata Ferrell, Gene Gross, Stanley Grover, Cindy Grover, Darryl Hickman, Mitchell Jason,,Paul Jenkins, Ken Kercheval, Kenneth Kimmins, Lynn Klugman, Carolyn Krigbaum, Zane Lasky, Michael Lipton, Michael Lombard, Pirie MacDonald, Russ Petranto, Bernard Pollock, Roy Poole, William Prince, Sasha von Scherler, Lane Smith, Ted Sorel, Fred Stuthman, Cameron Thomas, Marlene Warfield, Lydia Wilen, Lee Richardson, John Chancellor, Walter Cronkite, Andrew Duncan, Todd Everett,  Betty Ford, Gerald Ford, John Gabriel,  Tom Gibney, Lance Henriksen, Raymond Martino, Howard K. Smith, David Susskind, Michael Tucker, Ahmed Yamani, etc. Duração: 121 minutos; Distribuição em Portugal (DVD): MGM; Classificação etária: M/ 12 anos.


WILLIAM HOLDEN (1918–1981)

William Holden, ou William Franklin Beedle, Jr., nome de baptismo, nasceu a 17 de Abril de 1918, em O'Fallon, Illinois, EUA, e viria a falecer a 12 de Novembro de 1981, aos 63 anos, em Santa Mónica, Califórnia, EUA. Filho de William Franklin Beedle, um químico industrial, e de Mary Blanche Ball, uma professora, aos três anos de idade transferiu-se a família para Pasadena, na Califórnia, onde ainda estudante começou a trabalhar como actor, integrado no Pasadena Junior College, até ser descoberto, em 1937, por um caçador de talentos da Paramount que lhe trouxe o seu primeiro contrato, iniciando a carreira como figurante e actor secundário, até atingir o estrelato, regressado do serviço militar, onde serviu durante a Segunda Guerra Mundial, voltando da guerra como tenente. Foi em “Stalag 17”, de Billy Wilder, que conquistou o Oscar como Melhor Actor, prosseguindo uma carreira cheia de grandes papéis em filmes inesquecíveis, como “Sunset Boulevard”, de Billy Wilder, “Born Yesterday”, de George Cukor, “The Moon Is Blue”, de Otto Preminger, “Escape from Fort Bravo”, de John Sturges, “Sabrina”, de Billy Wilder, “The Country Girl”, de George Seaton, “The Bridges at Toko-Ri”, de Mark Robson, “Love Is a Many-Splendored Thing”, de Henry King, “Picnic”, de Joshua Logan, “The Bridge on The River Kwai”, de David Lean, “The Key”, de Carol Reed, “Paris When it Sizzles”, de Richard Quine, “The Wild Bunch, de Sam Peckinpah, ou “Wild Rovers (Vagabundos Selvagens), de Blake Edwards, entre alguns mais. Para lá do Oscar que ganhou, foi ainda nomeado por duas outras ocasiões: por “Sunset Boulevard” (1951) e “Network” (1977). Morou em Genebra, na Suíça, e passou muito tempo em África, onde possuía o “Mount Kenya Safari Club”. Foi casado com a actriz Brenda Marshall durante vinte anos (1941-1971). Nos últimos anos de vida viajou em missões ecológicas e culturais, acompanhado da actriz Stefanie Powers. Dado ao álcool, haveria de falecer de forma estranha, após uma queda a que não deu importância. Foi encontrado morto em seu apartamento, a 15 de Novembro de 1981. O corpo foi cremado e suas cinzas espalhadas no Oceano Pacífico. Possui uma estrela no "Passeio da Fama", em Hollywood.

TAXI DRIVER


TAXI DRIVER (1976)


Um par de olhos arregalados e surpresos olham a realidade que os rodeia. É uma cidade em estado de sítio. Uma grande metrópole em frenesim. Noite. Ruas iluminadas por néons, dísticos publicitários, transeuntes que passam, apressados a furtarem-se à chuva, nuvens de vapor que se soltam dos respiradouros do metropolitano, jactos de água jorrando das bocas-de-incêndio desregularizadas. Táxis amarelos sulcando esta noite que se diria saída de um purgatório bruegheleano. E a música de Bernard Hermann, que se solta como um lamento dorido saído das entranhas da terra. Esta é a Nova Iorque de Martin Scorsese, que já a havia retratado anteriormente em “Os Cavaleiros do Asfalto” e que, posteriormente, muitas vezes voltaria a ela. Uma Nova Iorque inesquecível, que atrai e repele, que fascina e assusta.
O protagonista deste pesadelo é Travis Bickie (Robert De Niro), vinte e seis anos, fuzileiro regressado do Vietname com baixa honrosa, o que o leva a arranjar uma licença de taxista. Travis tem um rosto de miúdo, um sorriso tímido, um ar desconfiado, um trauma de todo o tamanho que lhe não permite fechar os olhos e dormir. Passa as noites a vaguear pela cidade, a pé ou em autocarros, vê filmes pornográficos em cinemas decrépitos, bebe cervejas e deixa-se invadir por uma revolta profunda. Deseja a chuva como dádiva dos céus, uma chuva que lave todas as imundices das ruas. O táxi traz-lhe um horário das seis da tarde às seis da manhã (às vezes mais). É duro, mas permite esquecer, estar “ocupado”. À noite “os animais saem das tocas, putas fedorentas, bichas, traficantes morais, ladrões corruptos…”
Travis faz pontaria com o seu táxi para passar por baixo de um jacto de água. É a forma de se lavar de tanta sujeira. “Um dia a tempestade limpará essa nojeira”. Quando termina o seu turno, às vezes tem de lavar o esperma e o sangue do banco traseiro. Travis continua a não dormir. Ele “só quer saber o caminho a seguir. Ninguém deve viver neste isolamento mórbido”. Aparece então a sede de campanha de um candidato que afirma que “nós somos o povo!” No staf da campanha, a bela Betsy (Cybill Shepherd), no seu imaculado vestido branco, é a imagem de um anjo redentor. Será esse o candidato que vai limpar a cidade? Puxar a “descarga desta latrina”?
O pesadelo da noite nova-iorquina continua. Um passageiro leva-o a espreitar por uma janela, onde se recorta uma silhueta de mulher. Depois de algum tempo de espera, o passageiro confessa que irá matar a adúltera com uma Magnum 44.  Travis, cada vez mais deprimido, procura o conselho do “sábio” (Peter Boyle). O caminho parece estar encontrado. Compra armas e prepara o corpo. Tem de ter os músculos em ordem. Nada de vida sedentária. Exercício. Travis desafia-se a si próprio. Desdobra-se ao espelho. “You talking to me?”
Nas ruas sombrias de Manhattan uma miúda de doze anos, Iris (Jodie Foster), prostitui-se. O seu “protector”, “Sport” (Harvey Keitel), tenta passá-la a Travis. Ali se encontra mais um exemplo de uma pureza pervertida. Travis vai registando, somando, deixando a raiva crescer. Até que um dia haverá de rebentar, de exorcizar-se num acto de violência total. Aí se irá jogar o futuro deste taxista, herói ou vilão desta história, uma entre centenas de outras, de seres impelidos para a violência por acontecimentos da sua vida privada ou da sua experiência social. A guerra do Vietname é neste caso uma explicação para o trauma que marca a existência de Travis. Mas muitas outras motivações podem explicar massacres que diariamente ocorrem um pouco por todo o lado.  O facto de Travis poder ser olhado como um herói torna ainda mais angustiante este filme onde o cidadão comum toma nas suas mãos a execução da justiça (que interpreta e concretiza segundo critérios próprios, logo eminentemente discutíveis).


Por tudo isso,”Taxi Driver” surge-nos como um dos retratos mais impressionantes da década de 70, no cinema norte-americano, ao lado de alguns outros que abordam o tema da desilusão nos valores da democracia norte-americana. Depois de uma época de certa revitalização de valores, nos anos 60, o período que se lhe seguiu foi nitidamente um desmontar da feira, o fim das ilusões, o desmanchar dos sonhos. “Taxi Driver” é um retrato fulgurante desse momento de desalento individual e colectivo. Se existem por essa altura vários filmes onde se abordam temas dramáticos e soturnos para a sociedade ianque, “Taxi Driver” parece organizá-los como uma antologia de horrores, da violência ao sexo desbragado, das drogas à solidão e ao desespero existencial, da corrupção estrutural ao caos urbano. Travis é o reflexo, a resposta objectiva a toda esta panóplia de argumentos em busca do comportamento mais reacionário e anti-social.
Um argumentista calvinista (que também é grande realizador), Paul Schrader, e um realizador católico, Martin Scorsese, cozinham esta obra que assume toda a complexidade religiosa, do crime ao castigo, da culpa à expiação. Este bailado trágico pelas artérias de uma grande cidade, pelas obsessões da noite, é regido com a precisão, o rigor, a meticulosidade de um inspirado orquestrador de movimentos, de cores, de sons, de respirações. O filme é uma obra-prima onde cada elemento desaparece sob a força do conjunto, mas onde cada contributo é objectivamente de uma importância decisiva, do já referido argumento de Paul Schrader à fotografia de Michael Chapman, da montagem de Tom Rolf e Melvin Shapiro à direcção artística de Charles Rosen, da fabulosa mistura sonora até à fulgurante composição musical de Bernard Herrmann que, após assinar os últimos acordes desta partitura, nos deixava para sempre, felizmente na companhia de algumas das mais espantosas bandas sonoras para cinema.
Se tecnicamente a obra é empolgante, não o será menos a magnífica interpretação de um elenco que ficará também ele para a História. Robert De Niro, ainda muito jovem, indeciso entre a timidez e a afirmação de uma violência vitalista, é brilhante. Travis é uma composição que não se esquece. Cybill Shepherd, Jodie Foster, Peter Boyle, Harvey Keitel, Leonard Harris, Albert Brooks, Martin Scorsese, cada um no seu registo, criam uma galeria de tipos que definem curiosos aspectos da sociedade norte-americana.
Scorsese é, certamente, um dos retratistas mais seguros da América no que esta tem de mais típico, para o bem e para o mal. Com “Taxi Driver” terá atingido um dos seus momentos de maior perfeição e clarividência. O filme ficará para sempre como um farol a iluminar a noite e a indicar, sem maniqueísmos, o perigo de comportamentos associais. E de populismos revanchistas. Uma América que continua dividida entre Trump, Clinton ou Sanders.  


TAXI DRIVER
Título original: Taxi Driver
Realização: Martin Scorsese (EUA, 1976); Argumento: Paul Schrader; Produção: Phillip M. Goldfarb, Julia Phillips, Michael Phillips; Música: Bernard Herrmann; Fotografia (cor): Michael Chapman; Montagem: Tom Rolf, Melvin Shapiro; Casting: Juliet Taylor; Direcção artística: Charles Rosen; Decoração: Herbert F. Mulligan; Guarda-roupa: Ruth Morley;  Maquilhagem: Irving Buchman, Mona Orr, Dick Smith; Direcção de Produção: Phillip M. Goldfarb;  Assistentes de realização: Robert P. Cohen, William Eustace, Peter R. Scoppa, Ralph S. Singleton;  Departamento de arte: Leslie Bloom, David Nichols, Cosmo Sorice, Carter Stevens; Som: Rick Alexander, Gordon Davidson, James Fritch, Sam Gemette, David M. Horton, Les Lazarowitz, Roger Pietschmann, Vern Poore, Robert Rogow, Tex Rudloff, Frank E. Warner; Efeitos especiais: Tony Parmelee; Companhias de produção: Columbia Pictures Corporation, Bill/Phillips, Italo/Judeo Productions; Intérpretes: Robert De Niro (Travis Bickle), Cybill Shepherd (Betsy), Jodie Foster ("Easy", Iris Steensma), Peter Boyle ("Wizard"), Harvey Keitel ("Sport"), Leonard Harris (Senador Charles Palantine), Albert Brooks (Tom), Martin Scorsese (passageiro do táxi de Travis), Victor Argo (dono de mercado), Steven Prince ("Easy Andy", vendedor ilegal de armas), Diahnne Abbott, Frank Adu, Gino Ardito, Garth Avery, Harry Cohn, Copper Cunningham, Brenda Dickson, Harry Fischler, Nat Grant, Richard Higgs, Beau Kayser, Victor Magnotta, Bob Maroff, Norman Matlock, Bill Minkin, Murray Moston, Harry Northup, Gene Palma, Harlan Cary Poe, Peter Savage, Nicholas Shields, Ralph S. Singleton, Joe Spinell, Maria Turner, Robin Utt, Tommy Ardolino, Joseph Bergmann, William Donovan, Jean Elliott, Annie Gagen, Trent Gough, Carson Grant, Mary-Pat Green, Robert John Keiber, James Mapes, Debbi Morgan, Billie Perkins, Don Stroud, Frankie Verroca, etc. Duração: 113 minutos; Distribuição em Portugal: Columbia Filmes; Classificação etária: M/ 18 anos; Data de estreia em Portugal: 15 de Abril de 1977.


ROBERT DE NIRO (1943 - )
Robert Anthony De Niro Jr. Nasceu em Nova Iorque, a 17 de Agosto de 1943, filho de Virginia Holton Admiral, pintora e poeta, e Robert De Niro Sr., pintor expressionista abstracto e escultor. Robert De Niro tem assim ascendência italiana, irlandesa, inglesa, alemã, francesa e holandesa, tanto por parte de pai como mãe. Mas a ascendência italiana é dominante, tanto mais que os bisavós, Giovanni De Niro e Angelina Mercurio, emigraram de Ferrazzano, da provincia de Campobasso, Molise. Com os pais divorciados, foi criado pela mãe em Little Italy, Manhattan, e Greenwich Village. Frequentou uma escola primária pública de Manhattan, e depois a privada Elisabeth Irwin High School. Andou por outras escolas, mantendo sempre o seu grupo de amigos de rua de Little Italy, Parece que a sua primeira experiencia teatral foi uma representação escolar de “O Feiticeiro de Oz” (era o leão medroso). Aos 16 anos abandona a escola mas ingressa no Stella Adler Studio of Acting e, depois, no Actors Studio, de Lee Strasberg.Em 1963, estreia-se no cinema, pela mâo de Brain de Palma “The Wedding Party” (Festa de Casamento), filme que só se estrearia em 1969. Por isso surgem como filmes iniciais seus “Trois chambres à Manhattan” (Três quartos em Nova Iorque), em 1965, e “Greetings”, de Brain De Palma, em 1968. Prinicipiava assim uma notável carreira como actor, mas também como argumentista, realizador, produtor, que se pode comprovar na filmografia em anexo, onde se assinalam os seus principais títulos. Nela, fica bem visível a sua particulra amizade com Brian De Palma e Martin Scorsese.

Filmografia /Principais filmes: 1964: The Wedding Party (Festa de Casamento), de Brian De Palma: (filme só estreado em 1969); 1965: Trois Chambres à Manhattan (Três Quartos em Manhattan), de Marcel Carné; 1968: Greetings, de Brain De Palma; 1970: Bloody Mama (O Dia da Violência), de Roger Corman; Hi, Mom! de Brian De Palma; 1973: Mean Streets (Os Cavaleiros do Asfalto), de Martin Scorsese; 1973: Bang the Drum Slowly (Toca o Tambor Devagar) de John D. Hancock; 1974: The Godfather: Part II (O Padrinho: Parte II), de Francis Ford Coppola; 1976: Taxi Driver (Táxi Driver), de Martin Scorsese; he Last Tycoon (O Último Magnata), de Elia Kazan; 1900, de Bernardo Bertolucci; 1977: New York, New Yorkk, de Martin Scorsese; 1978: The Deer Hunter (O Caçador), de Michael Cimino; 1980: Raging BullO (Touro Enraivecido), de Martin Scorsese;1983: The King of Comedy (O Rei da Comédia), de Martin Scorsese; 1984: Once Upon a Time in America (Era Uma Vez na América), de Sergio Leone; 1984: Falling in Love (Encontro com o Amor), de  Ulu Grosbard; 1985: Brazil (Brazil: O Outro Lado do Sonho), de Terry Gilliam; 1986. The Mission (A Missão), de Roland Joffé; 1987: Angel Heart (Nas Portas do Inferno), de Alan Parker; The Untouchables (Os Intocáveis), de Brain de Palma; 1988: Midnight Run (Fuga à Meia-Noite), de Martin Brest; 1989: We're No Angels (Ninguém é Santo), de Neil Jordan; 1990: Awakenings (Despertares), de Penny Marshall; Goodfellas (Tudo Bons Rapazes), de Martin Scorsese; Stanley & Iris (Para Iris com Amor), de Martin Ritt; 1991: Guilty by Suspicion (Na Lista Negra) de Irwin Winkler; Backdraft (Mar de Chamas), de  Ron Howard; 1992: Cape Fear (O Cabo do Medo), de Martin Scorsese; 1993: A Bronx Tale (Um Bairro em Nova Iorque), de Robert De Niro; Mad Dog and Glory (Uma Mulher entre Dois Homens), de  John McNaughton; This Boy's Life (A Vida deste Rapaz), de Michael Caton-Jones; 1994: Mary Shelley's Frankenstein (Frankenstein), de Kenneth Branagh; 1995: Heat (Cidade sob Pressão), de Michael Mann; Casino (Casino), de Martin Scorsese; 1996: Sleepers (Sentimento de Revolta), de Barry Levinson; Jackie Brown (Jackie Brown); de Quentin Tarantino; Wah the Dog (Manobras na Casa Branca), de Barry Levinson; 1998: Ronin (Ronin), de John Frankenheimer; Great Expectations (Grandes Esperanças), de Alfonso Cuarón; 1999: Analyze This (Uma Questão de Nervos), de  Harold Ramis; Meet the Parents (Um Sogro do Pior), de Jay Roach; 2001: 15 Minutes (15 Minutos), de John Herzfeld; The Score (Sem Saída), de Frank Oz; 2006: The Good Shepherd (O Bom Pastor), de Robert De Niro; 2009: Everybody's Fine (Estão Todos Bem), de Kirk Jones; 2010: Machete, de  Ethan Maniquis, Robert Rodriguez; 2100: Limitless (Sem Limites), de Neil Burger; 2012: Silver Linings Playbook (Guia para um Final Feliz), de David O. Russell; 2013: Malavita, de Luc Besson; Last Vegas (Last Vegas - Despedida de Arromba), de Jon Turteltaub; American Hustle (Golpada Americana), David O. Russell; Grudge Match (Grudge Match: Ajuste de Contas), de Peter Segal; 2015: The Intern (O Estagiário), de Nancy Meyers; 2016: Hands of Stone (Mãos de Pedra), de Jonathan Jakubowicz; 2018: The Irishman, de Martin Scorsese (em preparação).

Principais prêmios: Oscar: venceu: The Godfather: Part II (1974), The Deer Hunter (1978), Raging Bull (1980), Awakenings (1990); nomeações: Silver Linings Playbook (2012), Cape Fear (1991), Taxi Driver (1976). Ganhou ainda diversos Globos de Ouro e algumas nomeações; BAFTAS; Berlin, David di Donatello Awards, Hollywood Film Awards, Karlovy Vary International Film Festival, Los Angeles Film Critics Association Awards, Moscow International Film Festival, New York Film Critics Circle Awards, San Sebastián International Film Festival, Sarajevo Film Festival, Taormina International Film Festival, Venice Film Festival e muitos outros. È um dos actores mais remiados de sempre.